terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Palomino, o boneco fura-olho




sábado, 29 de novembro de 2014

O adeus de um grande gênio do humor







Vídeo interessante e também esclarecedor.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

As Tartarugas Ninja - Crítica


Bem que tentaram fazer um filme bom das ´´Tartarugas Ninja Adolescentes Mutantes`` nos últimos anos, mas ninguém gostou. As Tartarugas Ninja – O Retorno (2007, Kevin Munroe) é uma boa animação, mas inovaram tanto que os personagens acabaram descaracterizados, pecaram pela ausência de inimigos interessantes e o resultado não agradou nem os fans antigos nem os novos. Tanta mudança, tanto na estética quanto na concepção dos personagens, podem funcionar nas recentes séries animadas, ainda mais levando em conta que os tempos são outros, mas quando se trata de um bom cinema é sua versão dos anos 90 que precisa ser resgatada, afinal, foi nessa década que as tartarugas começaram a aparecer e se consolidar na cultura pop mundial. Sua primeira adaptação ao cinema foi em 1990 num filme dirigido por Steve Barron, fiel à animação da época, tido por muitos como o melhor filme delas até hoje. A segunda, As Tartarugas Ninja II – O segredo do Ooze (1992, Michael Pressman) os répteis mutantes já estavam de vez consolidados no mainstream e o longa foi mais comercial, tendo em vista seu público formado em sua grande maioria por crianças, rendendo vendas de diversos produtos que levavam a marca das tartarugas. A então última adaptação live-action As Tartarugas Ninja III exageraram na mudança de ares substituindo a grande metrópole de Nova Iorque pelo Japão feudal, e o roteiro fantasioso e as situações bizarras e infantis incomodou o público que começava a amadurecer. Entre as animações e os filmes precisava ter diferenças, passou a ser cobrado mais verossimilhança, as duas mídias não podiam ser tratadas por igual. Além disso, o público sempre foi carente de uma aparição decente dos vilões, que são tão carismáticos quanto os personagens principais. Destes, apenas Destruidor se saiu razoavelmente bem e quando muito, umas adaptações livres para substituir os antagonistas bonachões que víamos no desenho.
Mais de 20 anos depois, apesar de produções novas de quadrinhos e animações, a marca Tartarugas Ninja já não era mais tão forte como nos anos 90 e era preciso fazer alguma coisa para relembra-las, e é claro, apresentá-las a uma audiência mais jovem, aproveitando que ressuscitar velhos nomes no cinema já é moda há um tempão. O resultado é o recente filme dirigido por Jonathan Liebesman (Fúria de Titãs II) e produzido por Michael Bay (Transformers). Sinceramente não acho que seria de todo mal se dessa vez Bay ocupasse a cadeira de direção. Será que o novo As tartarugas Ninja cumpriu sua missão? Talvez sim e talvez não. As Tartarugas já não têm mais a cara das dos filmes e das animações de antes, o que seria natural, hoje temos o CGI que com muito gosto substitui as máscaras e fantasias de borracha, mas agora elas exibem um visual selvagem, realista, sem nariz de batata e sem lábios, há quem diga que elas não têm nem mais cara de tartaruga, mas devemos lembrar que elas são na verdade híbridos de tartarugas com humanos. Seus equipamentos e armas de combate, como faixas, bandanas e instrumentos de guerra que no desenho não usavam nunca, estão mais elaborados, mais personalizados com o devido zelo que todo ninja deve ter para com seus materiais. As próprias tartarugas dessa vez estão mais diferentes umas das outras, cada qual com sua característica e aparência. April O´Neil, repórter e principal amiga das tartarugas, é vivida por Megan Fox, dando ao filme mais cara de Michael Bay, e num roteiro gentilmente familiar com o que estamos acostumados vive em volta de matérias jornalísticas absurdas de crimes, justiceiros / ninjas / tartarugas de estimação mascaradas, um clan do ´´pé-de-chinelo`` capenga e descoberta de um ambicioso plano envolvendo uma ciência macabra, sempre acompanhada de Vernon Fenwick (Will Arnett), colega de profissão responsável pelos momentos cômicos do filme, só perdendo para o Michelangelo (Noel Fisher), impagável como nunca. Whoopi Goldberg endossa o time de grandes nomes do elenco. Apesar de o humor ser tocado constantemente nas aventuras dos nossos amigos répteis, a produção conta também com muita ação em estilo videogame, até mesmo momentos mais agressivos que de repente não vão lembrar as aventuras dos anos 90 que assistíamos quando crianças, mas enfim, como dito antes, os tempos são outros. A reclamação mais recorrente é que, por o filme ser consideravelmente curto, as ações se desenvolvem muito rápido e ficamos com a impressão de que não deu tempo de incluir tudo o que era merecido. Destruidor (William Fichtner) está bem mais robusto, a ameaça aparenta ser 100 vezes maior, seus armamentos nem se falam, está mais para um ciborgue que para um samurai, mas só assim para enfrentar aqueles quatro tanques de guerra que hoje são nossos heróis quelônios. Mas resolveram a ameaça rápido demais, nos deu a impressão de estarmos assistindo o Quarteto Fantástico de 2005, quando os quatro heróis tiveram uma breve batalha contra o vilão principal. Apesar disso, quem assistiu esse novo filme das tartarugas ficou agradecido por ver elementos importantes serem mantidos, como a paixão por pizzas, a jovialidade dos répteis mutantes, as raízes no hip hop e a presença messiânica de Mestre Splinter (Danny Woodburn), que sem ele as tartarugas jamais seriam o que são. Raphael (Alan Ritchson), como podíamos de bom grado aceitar, acabou se destacando dos demais. E pensar que na concepção do roteiro original nossos heróis mutantes quase foram transformados em seres oriundos do espaço. Ainda bem que se arrependeram do pecado antes de consumi-lo.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Tributo a Black Condor


Em toda história dos sentais jamais houve um personagem tão carismático e inesquecível quanto Gai Yuki. Pertencente ao Esquadrão Homens Pássaro Jet Man (Choujin Sentai Jetman), é o tipo menos indicado para integrar uma equipe do estilo. Em seu 15º sentai a Toei Company já lucrava um bocado, mas a fórmula repetitiva cansava e preocupava os produtores, os deixando cada vez mais convencidos que uma mudança precisava ser feita, mesmo que sutil. Assim, o roteiro foi mais trabalhado, algumas estruturas iniciais foram mexidas, mas os principais ingrediemntes para que o seriado não perdesse a essência do estilo foram preservados. Acabou que o seriado trouxe inovações bem vindas,entre as principais a primeira comandante mulher, roteiro mais denso e de escaleta com mais liberdade criativa, e o melhor de tudo, personagens bem elaborados e com maior profundidade, entre eles o que mais se destacou, Gai Yuki (Black Condor). Melhor que ele só mesmo o Joe Tiger de Lion Man. Longe do clichê habitual, Gai era um tremendo trapaceiro, mulherengo, boêmio e não fugia de uma boa briga. Quando banhado pela energia Birdonic demorou aceitar ser membro dos Jet Man, brigando com Ryu Tendo (Red Hawk) por longo período, o qual demorou a se dar bem. Sua rivalidade se dava por, além de recusar aceitar sua liderança, disputar o amor de Kaori (White Swan), que só tinha olhos para Ryu mesmo sem o rapaz sentir nada por ela. Apesar de tanta rivalidade e rebeldia Black Condor era um valoroso guerreiro, só que o seu temperamento insubordinado acabava o levando à situações extremístas, sobretudo quando agia impulsivamente para salvar White Swan, mas conseguiu assim ir conquistando o coração da moça aos poucos. Com o tempo passou a se dar melhor com o grupo, muitas vezes se tornando sua principal esperança, chegando a aproveitar sua habilidade de jogador/ apostador numa disputa cheia de truques em jogo de roleta, para salvar seus amigos.

 Black Condor em ação

Além de ser um Jet Man, Gai tocava saxofone em um bar onde passava muita parte do seu tempo, jogando sinuca e pegando mulher. Era hilário quando implicava com Ryu quando este pedia leite quente, deixando bem claro que para ele só era servido uísque Macallan, sua bebida preferida, traduzida por aqui como ´´bebida de macho``. Além disso era um dos raros, senão o único, herói que fumava em seriado do tipo, fato não só aceito como também respeitado pelo resto da equipe. O politicamente incorreto Black Condor costumava se rivalizar com o robô Grey enquanto Ryu rivalizava com Radiguet, ambos da oganização interdimensional Vyram. Grey guardava muita semelhança com Black Condor, como o fato de ser da cor preta e fumar, o último combate dos dois foi dramático e merecedor de respeito. Mesmo o derrotando, Black Condor fez questão de honrá-lo como guerreiro em sua morte.
O adorável cafageste morre de forma idiota no último episódio da série, três anos depois da derrota de Vyram no dia do casamento de Ryu e Kaori, por um trombadinha. Bem que podiam ter lhe dado um final merecido, envolvendo seus laços passados com o crime enquanto ainda era um contraventor.

 Morte do Gai

Gokaiger Em 2011 a Toei já estava em seu 35º sentai, Gokaiger (Kaizoku Sentai Gokaiger), cujo o tema é piratas. Gai é lembrado e faz uma participação especial, assim como alguns outros personagens de sentais anteriores, comemorando tanto tempo da franquia no ar. Lembrado como um excepcional guerreiro de tempos passados, Gai vem do mundo dos mortos para auxiliar Marvelous/ Gokai Red e os outros em combate, com direito a tranformação e tudo,apontando as melhores estratégias de combate a adotar. A participação é válida, quem assistiu Jet Man gostou,pena que alguns detalhes não nos deixam esquecer que nada é perfeito, como a aparência já envelhecida do espírito de Gai.Em contrapartida, as peculiaridades do herói foram vivamente lembradas, repare na garrafa de Macallan e no miojo Ako San deixados em sua tumba, que só quem acompanhou o seriado vai entender.


Gai em Gokaiger

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Zombie Walk ocorrido na cidade de Votuporanga - SP




É claro que o Zentai marcou preseça e acabou faturando o prêmio de melhor fantasia da noite.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Maskman, o último maior sentai antes da maldição Power Rangers



Último sentai a passar em terras brasileiras (as demais caíram numa maldição e se tornaram Power Rangers) o esquadrão Defensores da Luz Maskman foi apontado por muitos como o melhor sentai já produzido pela Toei Company, mas tenho minhas dúvidas. Estive revisitando a série e pude perceber o quanto ela é fraca em comaparação a outras do gênero, tecnicamente falando. Para começar, estreou num período em que o gênero já estava saturado no mercado nacional, portanto não teve lá boa audiência embora tenha rendido venda de variados brinquedos. Os protagonistas não eram tão carismáticos, o seriado não trazia nada de tão novo, apenas o fato de cada um dos cinco heróis serem especialistas em um tipo de luta, utilizando técnicas de combate diferentes, e o mecha original (Great Five) ser composto por cinco veículos, ao contrário dos outros sentais em que geralmente eram por três. Treinados e apadrinhados por Chefe Sugata (interpretado por Hayato Tani, então apresentador de um programa de provas insanas) que os ensinou a desenvolver o Poder Aura, os cinco guerreiros a princípio aparecem envolvidos em corridas de Fórmula 1, Takeo como o piloto bambambam e os demais como seus assistentes, até que sua namorada Miho o adverte que o Império Subterrâneo Tube almeja atacar a Terra sob o comando do malígno Rei Zehba, atrapalhando uma corrida e quase sendo atropelada. Miho na verdade é a Princesa Ian, correspondente infiltrada que acaba se apaixonando por Takeo e traindo Tube, sendo a seguir tirada de Takeo e congelada numa prisão criogênica eterna como punição. Antes disso Miho entrega para ele seu colar, o brasão da sua família real, que Takeo passa a usar pelo resto da série se lamentando por ser a única coisa sua que sobrou,cuidando com todo zelo, mesmo que durante umas batalhas tivesse que remontá-lo. Além disso, o casal pega emprestada algumas referências ao clássico Cinderella. O flashback de Takeo trazendo os sapatos para uma Miho descalça e desajeitada era exibido sempre que batia uma nostalgia no rapaz, e já no primeiro episódio quando a moça o alerta da ameaça de Tube quase sofre um grave acidente e seu sapatinho voa longe, se mantendo solitário e vulnerável separado de seu corpo,que por sinal é o mesmo com que Takeo a calçou, ilustrando toda carga dramática da cena.É dado assim o pontpé inicial para as batalhas entre os filhos do Poder Aura contra o Império Subterrâneo Tube nos 51 episódios seguintes.Além de Takeo, outro personagem que merece atenção especial é Akira (Blue Mask). Apesar de ter apenas 16 anos o moleque tem a corda toda. Sua especialidade é o kung fu e tem muita habilidade com as espadas, mas o mais engraçado é o jeitão imaturo dele que deixa as cenas bem mais interessantes, geralmente os azuizinhos desse tipo de seriado são assim mesmo. Akira ficou um tempinho malvado inclusive, encarnando o Espadachim Subterrâneo Ulas, guerreiro lendário que os habitantes bonzinhos do mundo subterrâneo acreditavam ser do bem, atacando seus amigos a mando de Tube.De resto, nada que já não tenha tido em sentais anteriores, como um representante da cor preta que se interessa por mulheres mesmo permanecendo liso do primeiro ao último capítulo, e duas moças graciosas, a Yellow e a Pink, e na minha humilde opinião a Yellow é muito mais sexy. Lembrando que a Pink herdou uma arma que em seriados passados pertencia a Goggle Pink, o Mask Ribbon.




Vilões


Quanto aos vilões, Anagumas é o melhor. Tem mais de 300 anos, mas mesmo assim o velhinho é o monstro mais poderoso, inteligente e conhecedor profundo do universo malígno. Infelizmente morre igual a um monstro de um episódio qualquer, mas foi o merecedor da honra de ser o último a ser agigantado pelo monstro elétrico Okelamp, monstrinho não menos carismático, que toda vez que executava sua função resmungava ´´Eu tô cansado`` bem ao estilo Gyodai.
os outros vilões são bobos e insossos, aquelas duas minas insuportáveis (Igan e Fuumin), uma espécie de Buba dos Changeman chamado Barrabás (em um episódio aparece a mãe dele. Ninguém imaginava que aquelas criaturas maléficas tivessem mãe, não é mesmo?) e um projeto do The Flash com pinta de diabão, que assim como o herói americano é um super velocista, e ainda cospe fogo pela boca a exemplo de outros colegas vilões, mas a sua magia é bem mais caprichada. Mas o que mais eles tem é estilo mesmo. Apesar de terem um time definido, são seres nefastos do mal, e o mal não é unido. Portanto vivem brigando na maior rivalidade, sem dar valor à amizade e sem hesitar em pisar uns nos outros para conseguirem o que desejam. E assim surgiu o Cavaleiro Ladrão Kiroz, outro vilão estiloso, de cabelos vermelhos e óculos exóticos, com o poderoso golpe Crescent Screw no qual ele gira sua foice provocando uma espécie de furacão, técnica aprendida enquanto esteve banido no Inferno vendaval. Assim que o novo vilão chega começa uma rivalidade não só com o pessoal do mundo Subterrâneo, mesmo que assim como ele todos pretendessem acabar com os Maskman (o que é de praxe em todo seriado sentai), mas também com Red Mask, pois seu plano é ter a princesa Ian todinha para ele em um trato feito com Zehba. Ele até que teve uma gatinha se oferecendo para ele no episódio 33, mas o bobão a decepcionou e não aproveitou a oportunidade. As pegações, aliás, até que foram com razoável vontade esboçadas nesse seriado, chegou a quase rolar um beijo entre Keiko (Pink Mask) e um monstro subterrãneo transmutado em humano, o que, considerando o gênero e o ano (1987/1988) foi muita coisa. Pena que red Mask também é um banana, provou que é só garganta e não aproveitou Miho como devia quando enfim foi descongelada nos episódios finais. Quanto aos monstros subterrâneos, grande parte formada por monstros compostos, duas partes que se completassem fundindo-se em uma, tinham visual caprichado e ninguém podia botar defeito, de repente só no Rei Zehba, o imperador de Tube, que escondia um grande segredo, ser filho do primeiro monstro terrível que transformou o então povo pacífico do Mundo Subterrâneo em oprisioneiros de guerra, adotando a seguir um regime tirânico e traiçoeiro. Num dos episódios finais mostra que mesmo seu pai sendo um tremendo sacana (o pai, aliás, era quem botava ovo) se deixou ser devorado pelo filho em seus dias finais, o alimentando com a pura carcaça malígna e destrutiva que lhe daria forças para ser o novo Imperador do Mal, cruzes! A cena até hoje é impressionante, bonita até, bizarra e comovente ao mesmo tempo. Contudo,o figurino de Zehba não era dos melhores, parecia algo como papelão usado em fantasia de carnaval, uma imensa manta a lhe cobrir o corpo e um braço fino de manequim que ele segurava o tempo todo para aumentar a extensão de seu membro, com as mãos em volta de uma bolinha (!?) que não desgrudava para nada.

Mechas e maquinarias de combate



Maskman foi o primeiro sentai a usar mais de uma basuca. A primeira, Bomba Projétil, que por alguma razão inexplicável Red Mask precisava usar uma mochila para dispará-la, foi destruída pelo Cresecent Screw, substituída a seguir pelo Jato Canhão, armamento simpático construído por um time de cientistas que ninguém sabia que os Maskman tinham à disposição, e que de vez em quando o exibido Red Mask a usava como prancha de surfe à la Surfista Prateado. Me doía o fato de que para usarem a basuca ser preciso estar os cinco juntos, e essa ser a única forma de destruir os monstros. E se já não era mais novidade, tiveram também mais de um robô. Quando great Five foi para o saco (não uma destruição tão dramática como a do Flash King dos Flashman) a Pink Mask tinha tomado um pau e não pôde pilotar sua parte correspondente do robô, e aí fica uma pergunta que não quer calar: Quem pilotou o Helicóptero Mask que se converteria numa das pernas do Great Five? O Great Five levou um sacode e sua perda pôde perfeitamente ser atribuída a ausência da Pink. Chefe Sugata dizia ´´Abandonem o robô, usem a saída de emergência que eu lhes mostrei.`` e aí fica outra dúvida: Que saída de emergência seria essa? Não foi apresentada aos espectadores. Enfim, acabaram pegando o Land Galaxy enquanto Great Five era restaurado, robô de origem conturbada ao ser associado a morte de seu cientista criador, colega de Chefe Sugata desde a época em que ´´trocavam figurinhas`` sobre o projeto Maskman. Land Galaxy tem uma
maneira maos ágil de se converter de veículo para robô, é quase como o Titan Jr dos Flashman, um tipo de caminhão. Embora tivesse design menos estiloso que Great Five,tem bons golpes, é duro na queda e eficiente em combate, sua Corrida Espartana é um barato à parte, uma pérola gigante de criatividade e primor, só vendo para crer.Great Five não ficou muito tempo como sucata e logo os Maskman podiam reservar entre um robô e outro como faziam os Flashman, mas por alguma razão desconhecida Land Galaxy acabou sendo o mais usado, tornando-se a primeira opção, inclusive para descer a lenha no Rei Zehba agigantado. Isso porque era apenas um quebra galho. Talvez os defensores da Luz estivessem cansados e só quisessem saber de novidade. Ainda quanto às armas, era divertidissimo quando os Maskman giravam sua Magnum Laser em punho ao autêntico estilo cowboy,. Chupa essa Alex Murphy!


Conclusão

Seriado que não chamou muita atenção, apenas mais do mesmo, no entanto merece respeito ao se dispor a apresentar uma coisa ou outra inédita, como heróis que buscam seu poder na fonte da meditação e nos gestos curiosos das mãos que em alguns momentos rendiam piadas.A transformação também era diferente de tudo que tinhamos visto. Algumas ideias e personagens eram interessantes, mas foram miseravelmente aproveitados, como o Mask verde (Mask X1), a primeira versão de um Maskman que abandonou o projeto após ter tido sua namorada arrancada de seus braços por Tube quase como Takeo perdeu Miho. O herói, que estava começando a ter uma grande amizade com Red Mask apareceu apenas em um único episódio, e com uma explicação bem simplória perdeu seus poderes. Ora, então aqueles relógios (morfadores)eram desnecessários? Muita gente, incluindo eu, torcia para que ele aparecesse nos últimos episódios unindo sua força com as dos Maskman contra o fim do império malígno de Tube. Sem contar que os próprios Maskman, tal como personagens de outros sentais, tem profundidade rasa e são bem poucos explorados, detalhe que só melhoraria anos depois em Jetman. Alguns personagens do elenco de apoio, embora sempre presentes, tiveram sua importância subestimada, como as gatinhas que auxiliavam Sugata como suas secretárias, sobrando apenas uma no final, e em alguns episódios nos perguntávamos onde elas foram parar, chegando até a nos esquecer delas. Mas tem um ponto muito positivo, pelo menos para nós brasileiros, por ser o último sentai verdadeiro a vermos na Tv aberta. Ao menos os Maskman que assistimos, gostamos e criticamos nos deu a última oportunidade de vermos um produto genuíno que os americanos tanto invejaram. E foi oscilando na Tv aberta até 1999, período em que a Rede Manchete começava a ir pro saco. Ainda bem que temos a nossa amiga de sempre Internet.



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Homem Aranha - o filme dos anos 70


De fato o aracnídeo da Marvel já teve filmes bem melhores que os do Marc Webb. E não falo apenas da trilogia de Sam Raimi, como também do primeiro live action que nem do meu tempo é. Me refiro ao Homem Aranha - O Filme, de 1977, dirigido por E. W. Swackhamer e com Nichollas Hammond (A Noviça Rebelde) como Peter Parker, que inclusive chegou a ser exibido nos cinemas brasileiros, sendo originalmente o episódio piloto do que viria a ser um seriado cancelado já em sua segunda temporada. Deixando de lado os nauseantes episódios arrastados do que se tornou um enfadonho seriado, nos concentremos no primeiro longa, que isso sim é coisa boa. Apesar de produzido com baixo orçamento, efeitos especiais datados e usados com precariedade, consegue ser fiel ao aracnídeo e sua mitologia, assisti-lo nos dias de hoje nos faz esquecer um pouco o trauma sofrido pelas duas últimas produções do herói. Hammond faz a respeitável caracterização do personagem que esperaríamos e embora falte ingredientes importantes para o processo de criação do herói, como o tio Ben, por exemplo, que sequer é citado, ao menos os elementos que fizeram uma falta danada nos filmes de Marc Webb estão ali presentes, como J. J. Jameson e Robbie Robertson, que com Peter rendem diálogos realmente engraçados assim como nas outras mídias, uma tia May idosa que teve participação suficiente embora tenha aparecido poucas vezes, e apesar de alguns personagens não serem citados podemos notar sua presença com nomes diferentes, ou mesmo tendo seus papéis supridos pelas participações de personagens semelhantes, como é o caso do Capitão Barbera (igualzinho o Capitão Stacy) e Judy, interesse amoroso de Peter, que não deve nada em atributos e qualidade para a Gwen ou Mary Jane. Já o Harry pode ser ´´interpretado`` pelo jovem que acompanha Peter durante a experiência no laboratório da faculdade com a aranha radioativa que lhe pica conferindo-lhe super poderes, aparecendo usando uma camisa com o sugestivo símbolo de uma estrela no peito, e a secretária Betty Brant do Clarim Diário supostamente aparece no filme seguinte, teoricamente o primeiro episódio do seriado, atendendo pelo nome de Rita Conway. Seria isso problema de direitos autorais, de tradução ou descaso mesmo? A origem do Aranha é a mesma que nos quadrinhos, porém nessa película há uma ou outra coisa que não contávamos, mas nada que nos faça perder a esportiva. Peter já tirava fotos para o Clarim desde o início do filme, antes até de adquirir seus poderes aracnídeos, e seu principal motivador para se tornar um combatente do crime foi simplesmente o desejo de dar uma identidade para o homem outrora visto pendurado num prédio da cidade para vender suas fotos, mesmo que antes já viesse esboçando um senso de justiça. Isso depois de acharmos que só o fato de não lembrarem do tio Ben ser uma deslize imperdoável, mas essas são as únicas discrepâncias que a gente acaba perdoando considerando ser essa a primeira tentativa de criar uma história do super herói dos quadrinhos com pessoas reais. 

Como era de se imaginar, nada de super vilões como o Duende Verde. Aliás, nenhum vilão conhecido dá as caras em toda carreira do Aranha setentista. Se forçarmos um pouco tentando imaginar como seria a vestimenta, maquiagem e o planador nessa que seria a primeira adaptação, até que preferimos como ficou. O antagonismo então ficou por conta de um mestre em hipnose que, através de ondas telepáticas disseminadas por uma bizarra geringonça que ´´zumbifica`` as pessoas, aterroriza Nova York fazendo a população cometer suicídio pouco a pouco. As cenas de luta ficam por conta de três japoneses armados com bambu que aparecem em intervalos pontuados, sendo que na última vez, livres do domínio hipnótico, tornam-se simpáticos sorridentes e até tiram foto ao lado do herói aracnídeo. Para a época não podíamos esperar muito em matéria de ação, é clara a falta de técnica, os errinhos aqui e ali, mas foi engraçada e curiosa a acrobacia que o herói fazia para tentar honrar o nome do cabeça de teia dos gibis, lembrando que o filme tinha baixíssimo orçamento até para contratar experts na modalidade. É interessante ver que não raras eram as vezes em que o herói se dava mal em combate, mesmo sendo os mesmos três pés de chinelo que tudo que faziam para incrementar o combate era utilizar um lança chamas. Mas valeu a boa vontade. Quanto ao uniforme, apesar de bem pobre, contêm uns detalhes curiosos que podia até ser bem pensando nos gibis, o Aranha usa um cinto onde guarda seus cartuchos de teia (na verdade ele o adota em sua segunda aventura, mas tá valendo a ´´novidade``), mas seu lançador de teia é bem feio, fica por fora do uniforme e é tão volumoso quanto um relógio. E para completar ele usa apenas UM lançador, cujo acionador é basicamente uma colher, mas ele sequer precisa apertar para lançar a teia, bastando para isso apenas abrir a mão, o famoso sinal de ´´chifre`` não é usado, quem sabe o diretor é um religioso radical. Mas ganha alguns pontos no quesito realismo, o lançador não ficaria encaixado tão uniformemente no braço de jeito nenhum, o filme ´´prova`` que é fisicamente impossível. Quanto às teias, o herói por razões óbvias não as lança tão costumeiramente como em outras versões, sua habilidade mais destacada é a de escalar paredes, mesmo sobre um chroma mal caprichado. O pessoal da época não teve escolha senão imaginar que aquela espécie de algodão doce em seu processo de fabricação, a cordinha da cena em que é lançada de um prédio a outro usada mais de uma vez  e as redes de vôlei usadas para capturar os inimigos é a genuína teia resistente e pegajosa desenvolvida por Parker. Outro detalhe gritante que não consegue passar esquecido é o sensor de aranha que só se manifesta quando o herói está em seu estado civil. Seus olhos ficam vermelhos, adota momentaneamente uma aparência zumbi  e o que é mais incrível, consegue antever toda ação de perigo. Seu sensor de aranha jamais voltaria a ser tão, digamos, aprumado. No geral, é um bom filme, o comparo com o seriado Batman e Robin dos anos 60. E no caso do cabeça de teia, o filme é mais digno de respeito que qualquer um estrelado por Andrew Garfiel, você não acha?


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Jogos bons para S-Nes: Rockman e Forte


Pouco comentado até hoje , Rockman e Forte (ou Megaman e Bass, como estamos acostumados) foi um dos últimos jogos a ser lançado ao saudoso ´´Super Nintendo Entertainment System``, talvez por isso pagou o preço de vagar pelas trevas da escuridão, embora tenha repercutido consideravelmente no Japão. Pertencente à série clássica, provou que a série X, ótima por sinal, não era o último recurso que a franquia do robozinho azul tinha a oferecer ao console 16 bits, nem mesmo Megaman VII, aparentemente única extensão das aventuras de sua versão para Nintendinho. Consegue ser a versão mais difícil do console e vem com a opção de escolher Bass, que passa a unir forças com Megaman após muito tempo de desafeto, eu mesmo só jogava com ele aproveitando a novidade. Tinha habilidades que Megaman não tinha, como dar grandes saltos, ser mais fácil evitar cair nos espinhos e nos buracos, pegar itens que o robô azul não conseguiria, mandar saraivada de raios e poder direcionar seus tiros para o alto, para baixo e nas diagonais, além de fazer algumas coisas que normalmente Megaman fazia, como a derrapagem. Porém, Megaman tinha lá suas vantagens, como por exemplo mandar tiro carregado, suas derrapagens às vezes o faziam passar por lugares estreitos que Bass não passaria e tinha a vida facilitada em alguns estágios que para Bass era um desespero, de modo que equilibrava as duas opções, e o inimigo final continuava sendo o velho e ´´todo poderoso`` dr Willy, agora contando com a parceria de King nos faz esquecer Sigma sem pestanejar. Mesmo assim, essa versão foi bastante criticada não só pelos fans dos jogos do Megaman, como pelos players em geral. Embora eu não seja favorável a essa opinião, foi considerada quase como idêntica a sua versão anterior, lançada para Playstation e Sega Saturn, acusada de copiar sprites, visual e inimigos, entre outras coisas, de ter sido feita as pressas ou de ter feito uso de baixo orçamento, esquecendo-se que é apenas mais um jogo da mesma franquia. Ora, o próprio Ground Man é uma versão mais colossal do Drill Man. Em alguns aspecto devemos concordar, dois vilões foram reaproveitados de Megaman 8, são eles Astro Man e Tengu Man, com o mesmo visual, poderes e sistema de combate, embora os estágios não sejam totalmente iguais, mas é claro que na versão do Playstation (não conheci a versão Sega Saturn) é tudo muito mais caprichado, podemos conhecer até a voz dos personagens. O próprio doutor Willy dá as caras em sua versão 16 bits do mesmo jeito em que na versão 32 bits, assim como outros vilões finais, bastando comparar o visual do pinguim de Megaman 8 com aquele vilão chato da lava com seu macaquinho nessa versão S-Nes. Será que gostaram tanto assim dos personagens ou teria sido uma tentativa de economia, entendendo-se por economia criativa? Além disso o jogo conta com personagens descartados de Megaman 8, ou seja, personagens pensados para o projeto anterior que não foram para frente ou sobraram foram descaradamente reciclados, como Magic Man, onde dá para ver nitidamente que seu estágio carrega fortes semelhanças com o de Clown Man, um ambiente circense. No final de Megaman 8, que considero o melhor final de todos os jogos do Megaman, podemos ver uns esboços dos personagens pensados para a então última versão, esboços curiosos, alguns até parecem desenho de criança, mas vale pelo conhecimento científico da série. Confira a seguir:



Um detalhe interessante é que na versão Sega Saturn o robozinho azul é agraciado com a visita surpresa dos velhos conhecidos Cut Man e Woody Man. Marca sua volta também Green Devil, do Megaman Anterior, uma espécie de Rocky Monster, figura clássica dos jogos, numa versão gosmenta, só que dessa vez derrotá-lo é de uma facilidade contrastante com a dificuldade do jogo, tanto que foi aproveitado para ser o chefe da primeira fase intermediária. Mas enfim, Rockman e Forte, apesar da dificuldade (Dynamo Man, aquele robozinho que parece o Astronauta do Maurício de Souza, tem a dificuldade de nível de chefe final), acredito que é superior em todos os sentidos ao Megaman VII. Gráficos bons, pouca enrolação, inimigos mais condizentes com a série, armas eficientes, belíssima trilha sonora e um Megaman de aparência que se distancia das de jogos anteriores, mesmo sendo igual a de Megaman 8, mas até então o visual estava fresquíssimo. Não falta estágios temáticos consagrados como fase no gelo, na água, terreno arenoso, floresta, fogo (no caso aqui, Burner Man assume o estágio que supre os elementos fogo e natureza) e no céu. Pena que, mais uma vez, o jogo peca pela ausência dos tanques de energia,  Só perde mesmo para a série X.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Crítica: O Espetacular Homem Aranha - A Ameaça de Electro

Texto publicado na revista Mais Mulher de Votuporanga -SP




A continuação desse novo aracnídeo no cinema precisava ser vista nem que fosse para constatar que a publicidade em torno não prometia nada de espetacular assim. O resultado não ficou tão diferente do terceiro Homem Aranha de Sam Raimi pela profusão de elementos, inimigos e roteiro apertado, eu diria até que o de Sam Raimi é melhor apesar dos preconceitos, a maioria injustos, que sofreu. Ainda assim, a nova versão conseguiu ficar devendo muita coisa. Para quem esperava que o segundo Spider Man de Marc Webb fosse limpar a imagem do primeiro não foi surpreendido além de acompanhar o desfecho da subtrama fraca do destino dos pais de Peter, que rende apenas uma boa cena de ação no prólogo só para dizer o que o filme prometia pela frente, e uma descoberta inventada pelo roteiro como solução dramática que justificasse a subtrama ocupar tanto espaço nos dois filmes, além de associá-la aos poderes de Peter e à participação de personagens importantes. Todos nós sabemos que a busca de Peter pelo paradeiro dos pais foi um elemento adicional utilizado para afastar o Homem Aranha de Webb do de Sam Raimi. A princípio prometido um quarto filme além de solos para os vilões, Webb ousou pela opção de vilões poderosos e interessantes, porém pouco importantes e menos ainda queridos pela maioria dos fans do herói. A escolha de Electro, por exemplo, soou como se escolhessem o Morcego Humano como o vilão de Cavaleiro das Trevas tendo mais importância que o Coringa, e a atuação de Jamie Foxx (Django Livre) como o vilão em sua forma civil também não ajuda, foi canhestra demais, mais uma vez lembrou um personagem dos filmes do Batman, a Hera Venenosa de Uma Thurman. Resumindo, o vilão nem foi uma ameaça tão grande e nem teve tanto destaque como foi vendido por aí, teve breves lutas com o aracnídeo, a primeira totalmente sem nexo, não preocupou nem o aranha nem os moradores de Nova York, passou a maior parte detido na Oscorp e some sem a menor cerimônia. Sua participação só se justifica pela futura participação do grupo de vilões do qual faz parte, o Sexteto Sinistro, mas seria inviável sermos agraciados com a sua presença novamente. O personagem é tão pobre que se preocuparam mais com os efeitos especiais de seus poderes e seu visual parecido com o dr Manhattan dos Watchmen do que com a construção de suas características, alem de, bem ou mal, ter sido o tempo todo ofuscado pela participação do Duende Verde de Dane DeHaan, que por sinal foi outro problema do roteiro mal realizado. Sem a existência do “Duende pai”, fomos imediatamente apresentados ao jovem Harry Osborn que se tornaria de maneira instantânea o principal antagonista nos gibis, uma caracterização que, com a exceção do planador, não supera em nada o Duende de James Franco. O Duende mais fiel aos quadrinhos continuará sendo o de Willem Dafoe, o único crédito merecido desse novo Duende á a lembrança do símbolo da Oscorp estampado no traje, que justiça seja feita, foi bem mais explorada nos filmes de Webb. Se não todos, a maior parte dos vilões dessa vez vieram da megacorporacão. Harry aparece como uma espécie de Leonardo DiCaprio do tempo do Titanic, sem ao menos ter sido citado no filme de 2012, para visitar seu pai em seu leito de morte vitimado por uma doença hereditária, o empresário Norman Osborn, dono da indústria Oscorp. Ao contrário da versão de Raimi na qual Peter e Harry passam a adolescência juntos, Harry retorna após oito anos em um internato, adquirindo fama repentina e retomando contato com o amigo de infância Peter. Agora Harry é um pária, não é bem aceito na direção dos negócios do pai e se na versão anterior tinha ódio do cabeça de teia por supostamente tê-lo matado, dessa vez o motivo é outro, a negação do herói pelo fornecimento de seu sangue no qual acredita encontrar a cura de sua doença herdada que começa a se manifestar precocemente. Suas motivações para o crime, no entanto, são convincentes, e como o Duende revive no cinema um dos momentos mais dramáticos dos gibis da Marvel, embora não exatamente de maneira fidedigna. Mas sua contribuição significativa para o longa se resume a isso, talvez no próximo tenha maior importância reunindo ilustres inimigos do aracnídeo. Quanto ao Rhino, este não passa de uma referência do que a Oscorp tem a oferecer de engenhoso e terrível, mas que na verdade só consegue nos deixar com medo do que vão fazer com a Felicia Hardy / Gata Negra (Felicity Jones) no próximo filme.




O Herói

Bem menos sofredor que o Peter Parker de Tobey Maguire, Andrew Garfield faz um Peter que já não chora mais pela morte do tio Ben e oscila no cumprimento da promessa de ficar longe da pessoa amada, desde sempre cúmplice de sua vida dupla. Como Aranha é como nos quadrinhos, verborrágico e animado, com o diferencial de o seu lançador de teia não esvaziar e não precisar recarregá-lo quase nunca. E embora já esteja trabalhando para o Clarim, J. Jameson continua sem aparecer, embora seja vez ou outra citado, inclusive trocando e-mail com Peter mantendo viva sua característica dos quadrinhos, a de ferrar o aracnídeo a qualquer custo. Mesmo assim a cidade não o marginaliza como em sua antiga versão, nessa nova o Aranha é o verdadeiro amigão da vizinhança. Mary Jane novamente é sequer arranhada e tia May (Sally Field), nessa caracterização nem tão importante para o desenvolvimento de Peter na história, contribui apenas com palavras chave para soluções de ponta solta e dicas do que não estava implícito no roteiro, mantendo-se indiferente por todo o restante do tempo.
Ultrapassando mais de duas horas, o que não podia ser diferente em se tratando de uma história tão comprida, o roteiro apesar de tudo foge do modelo clássico proposto aos filmes de herói, ousando inovações apesar de errar aqui e ali em cenas repetitivas, como no encontro que Gwen Stacy (Emma Stone) teve com cada um dos vilões no elevador da Oscorp. Influenciado pelo universo dinâmico e jovem do universo Ultimate (quadrinhos de versões modernas dos personagens clássicos da Marvel) que afinal, não é tão mal assim, e até mesmo das animações, este Aranha atual é do tipo que busca agradar quem sempre o acompanhou em outras mídias, como também apresentar o herói à uma audiência mais jovem, além de lucrar com uma infinidade de produtos relacionados, como brinquedos. Imaginar como será a segunda sequencia é fácil, basta pensarmos em ações e efeitos estilo videogame, piadas sem graça, confrontos irrelevantes, metragem extensa, um ou outro detalhe que o fidelize aos gibis (ponto positivo para o uniforme usado nessa sequencia) e quem sabe algum personagem a tanto esperado para valorizar um pouco mais o valor do ingresso. É fato que, por mais protestos que sejam gerados, a audiência se mantém estável torcendo se deparar com vilões memoráveis, mesmo que para isso tenha de dividir espaço com número exagerado de personagens e situações ao longo de um roteiro hermético. E torcer para que não optem por vilões insossos como Kraven, o Caçador. Já pensou?

Percy Jackson e o Mar de Monstros


Círculo de Fogo


Saga Velozes e Furiosos


Somos Tão Jovens

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Homem de Ferro III - Robert Downey Jr se despede do herói metálico

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G. I Joe - Retaliação: Uma Sequência com cara de reboot
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Ted, um Ursinho da Pesada

Resident Evil Retribuição

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Capitão América, O Primeiro Vingador

As Relíquias da Morte - Parte 2: O fim de uma era


Se beber, não case! - Parte II


A Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles



As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada






segunda-feira, 7 de julho de 2014

Robocop de José Padilha - Crítica




Está certo que todo mundo gostou da escalação de José Padilha, nosso ilustre diretor que lançou ao mundo Tropa de Elite e sua sequencia igualmente ótima, para ocupar a cadeira de direção do novo filme do policial ciborgue criado pelo holandês Paul Verhoeven, e mais, trabalhando com sua própria equipe de filmagem. Antes disso, todo mundo gostou de o policial do futuro dar as caras novamente no cinema depois de 20 anos, e o momento não poderia ser mais oportuno que o atual, onde personagens de filmes antigos estão conquistando seu merecido revival. Não se trata de uma sequencia, nem poderia se tratar, afinal, muito tempo passou e as características transumanistas de Alex Murphy estão pra lá de datas, a biotecnologia (e os espectadores mesmo) clamariam por intervenções mais elaboradas. Este novo Alex Murphy é mais bem adaptado para sua realidade policial, começando pela cor preta da armadura, brilhantemente sugerida por um dos personagens, mas lembrando com carinho das características de seu antecessor, como a primeira aparição do agora Murphy híbrido de homem e máquina. O som mecânico dos passos pontuados permanece, assim como a música tema, elementos postos cuidadosamente para aproximar o melhor possível o novo conceito ao clássico personagem, preocupados em lembrar o espectador que aquilo ali que se passa na tela não é outro filme de ficção científica, e sim uma reinterpretação do agente policial cibernético atuando numa distópica Detroit. Mas são apenas essas as coisas do tipo, de fato a história se afasta bastante do aspecto original. O novato Alex Murphy inseguro e preocupado em seguir à risca as leis sai de cena dando lugar a um mais tempestuoso, preocupado em pôr as mãos no culpado pela emboscada que sofrera junto a um parceiro culpando sua organização e desejoso por justiça, nem que para isso precise atuar sozinho. A greve e as críticas ao sistema policial, tão fortemente discutidas no filme de 87, não fazem parte do universo deste novo Robocop, e os divertidos filmes publicitários da OCP perdem espaço, porém, há uma substituição que caiu como uma luva para preencher espaços importantes, como o âncora de televisão Pat Novak, personagem de Samuel L. Jackson, apresentador fervoroso em sua aposta de que seres infalíveis desprovidos de sentimentos humanos sejam a solução para combater a criminalidade cada vez mais crescente, personagem que, aliás, não é muito diferente do personagem de André Mattos em Tropa de Elite 2. Mais visceral e menos poético, essa nova versão é bem capaz de enjoar espectadores sensíveis, expondo o que de mais grotesco e realista existe nesta concepção entre humanos e máquinas, a questão ética é amplamente abordada, e é claro, os opositores, mesmo os dentro do esquema, não ficam passivos. É interessante acompanhar o treinamento do oficial militar Maddox (Jackie Earle Haley), contra o projeto desde o início, despejando seu descontentamento sobre o híbrido que Murphy se transformou. O novo Robocop é mais humano, com mais noção de civilidade, por conseguinte não perdeu sua família como na clássica versão, podendo contar com a presença ativa da esposa desde antes de se tornar o policial de aço. Clara Murphy (Abbie Cornish) sem dúvida tem uma participação importante, compete justamente com o protagonista o papel de heroína do longa. Se em sua versão original o herói contava com a estimada parceria de Anne Lewis (Nancy Allen), desta vez seu cônjuge é seu braço direito, pondo em prova que não é preciso preparo físico e empunhar pistolas para fazer diferença na vida de um herói. No entanto, este novo filme do policial de aço funciona mais como um bom entretenimento de ficção científica que pega emprestado um grande nome do que um filme policial inovador, cujo personagem principal não consegue causar mais tanto frisson como vinte anos atrás. O resultado de sua ressurreição não ficou tão diferente do que fizeram com Dredd (Pete Travis, 2012), refilmagem do brilhante filme estrelado por Stallone em 95, se for fazer comparação. O que não podiam deixar de fazer, evidente, era encher a película de efeitos especiais, não necessariamente com sangues e tripas para atingir uma audiência mais ampla, e isso o novo Robocop tem de sobra. Os novos equipamentos do robô da lei não ficam devendo nada aos gadgets de personagens estilo Homem de Ferro, o que nos faz pensar que a versão anterior era, muito além do quesito temporalidade, bem mais realista. Em determinado momento a ameaça singular do robô ED-209, que ficamos tão contentes em saber que o reveríamos numa versão modernizada, deixa de ser importante frente a um bombardeio de gadgets deslumbrantes e efeitos visuais que não tínhamos na época do último Robocop, só que quando o filme acaba temos a sensação que, se o policial do futuro estava devendo alguma coisa, agora já não deve mais. Difícil imaginar o que o herói teria a oferecer para uma continuação, e digo mais, os melhores filmes de ficção científica continuam sendo os antigos. Mas não podemos deixar de contar como ponto positivo a citação ao universo O Mágico de Oz com a mesma profundidade que outra citação feita em outro filme de ficção científica, O Homem Bicentenário, adaptação de um romance de Isaac Asimov. E é apenas essa colcha de retalhos de componentes do universo ficcional de linguagem popular, somada a deliciosa alfinetada ao conceito de supremacia norte-americano bem colocada no final que consegue elevar o filme a uma posição de respeito. 




quarta-feira, 28 de maio de 2014

Queremos Especial da Copa 2014 com Pelezinho




Maurício de Souza está em falta grave. Não bastasse bizarrices como, a mais recente, Chico Bento jovem, ainda não lançou o Especial da Copa 2014 com o personagem Pelezinho e sua turma, um prodígio ressuscitado que podia ter sua nem tão recente volta aproveitada num gibi em homenagem a primeira Copa realizada no Brasil, dividindo espaço com o simpático mascote tatu bola Fuleco. Mesmo que o Brasil não leve o hexa, mesmo que sejamos todos contra a Copa em nosso território e todo esse blá blá blá, mas puxa, vão desperdiçar a chance de bolarmos um lançamento caça-níquel com esse personagem que tem bastantes fans, incluindo esse que vos escreve? (para saber o quanto esse personagem cativou minha infância é só clicar aqui) Ora, se até na Copa de 90 teve um especial do Pelezinho. A não ser que, tal como o exemplo citado, os editores achem que não valha a pena investir no sonho torcedor na conquista de um novo titulo só para ver todos frustrados em seguida. Mas o que importa mesmo é dinheiro no bolso, mesmo assim, seria o momento adequado para um lançamento às bancas de uma ode ao evento tão desprestigiado pelos pais dos leitores?

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Medo de Robôs

Complexo de Frankenstein


A cada dia novos aparatos eletroeletrônicos/ mecânicos vão surgindo ocupando espaço no globo terrestre, forçando o convívio entre humanos e máquinas. Esse processo de evolução é vantajoso, pois a mão de obra humana mostra-se muitas vezes falha e dispendiosa, e uma bem elaborada intervenção automatizada, de fácil reposição e sem necessidade de descanso, seria muito mais que bem vinda. Acontece que, se antes essa forma condicionada de trabalho era sujeitada a princípios humanos, hoje a tecnologia pode ser encarada quase como dissociada de nossos limites sensoriais, ou seja, antes precisávamos de ´´músculos``, agora vivemos carentes de cérebros mais potentes e sentidos que superam nossas capacidades. Por mais que o homem, e isto é fato, se valha de intervenções protéticas em seu próprio corpo com o passar dos anos, algumas peças espantosamente superando seu caráter original, o que nos faz tornar, mesmo que em pequenas parcelas, seres híbridos de humanos com máquinas, é da artificialidade completa e bem definida que nos faz, racionalmente ou não, temer por nosso espaço na Terra. Uma máquina em si não é totalmente infalível, mesmo assim supera muitos aspectos humanos, desde que assim estabelecida de acordo com nossa própria vontade. Mas não é desse tipo de material que vem nossos medos. Imagine uma máquina, não necessariamente de forma humanizada, agraciada com o que seria um cérebro de inteligência igual a de um ser humano comum, com a vantagem de não padecer de fadiga e aproveitamento 24 horas por dia de sua capacidade neural? E se, dotada de personalidade, não precisar ser tão subordinada ao homem a ponto de tomar suas decisões pessoais? Desde sempre competitivos entre si, o ser humano dessa vez teria uma concorrência covardemente desleal. Para esse tipo de ser a lei seria inoperante, sendo que, dotados de capacidades especiais, não seria fácil dominá-lo, a não ser que com um critério bem planejado, esse novo ser fosse fabricado com suas peculiares limitações. Ainda assim a ´´Inteligência Artificial`` é algo preocupante, só de tentar imaginar o que poderia ser criado por eles mesmos para burlar suas deficiências técnicas e consequentemente as defesas naturais do ser humano. O ``Além-Homem`` muito provavelmente não se daria bem com o gênero humano e sua forma de vida primitiva, ainda que seu criador. Ainda bem que a concepção desse tipo de inteligência é algo difícil de imaginar. Deixemos que os próprios humanos exterminem a si próprios.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Jogos bons para S-Nes : BlackThorne


Por mais que os games se modernizem (e diminuam de tamanho) nenhum deles consegue superar o todo bom e respeitoso Super Nintendo, quem viveu sua magnífica era sabe o que estou dizendo. Entre seus últimos clássicos lançados na época em que gráficos bons e divertida jogabilidade conseguiam não nos deixar desejosos por efeitos tridimensionais, ao lado de hits como a série Donkey Kong marcava presença Blackthorne, da Blizzard, bem menos conhecido, mas tão bom quanto. Blackthorne era uma espécie de Rambo que figurava um jogo side scrolling de atmosfera sombria num cenário apocalíptico, com criaturas horripilantes espalhadas em um labirinto que reunia, entre outras coisas, reféns, passagens secretas e itens necessários para se completar a missão, bem ao estilo RPG. Apesar de não haver outras mídias além dos jogos eletrônicos (também foi lançado para GameBoy Advance, computador e Sega 32X) a mitologia em torno de Blackthorne é uma história longa e elaborada, tipo um filme mesmo, e se na própria embalagem do game continha informações que o engrandecia pela sua aproximação ao universo cinematográfico, as próprias cenas narrativas entre a apresentação, um estágio e outro até o final, recurso já utilizado em jogos significantes como Ninja Gaiden, é uma primorosa composição, seja a própria história, o gráfico ou a trilha sonora, enfim, tudo que contribua para a sensação de estarmos vivenciando uma dramaturgia digna de Oscar, incluindo a própria jogatina e a direção de arte do jogo, deixa Altered Best no chinelo. O primeiro nome do  personagem Blackthorne é Kyle, e a história de fato renderia um bom romance, misturando elementos ficcionais de mitologias tipicas de histórias da terra média com temáticas futuristas, fazendo lembrar filmes como Krull, Conan - o Bárbaro, Mad Max e animações como He-Man, para quem se interessar em conhece-la é só visitar a Wikipedia do game clicando aqui.

E quanto ao jogo? Para alguns gamers que costumam pular as telas de narração, a jogabilidade é o mais importante, e nisso Blackthorne também não decepciona. Kyle não é o personagem mais veloz dos games, mas pode correr sempre que necessário e pular de uma plataforma à outra em um grande salto, se pendurando com maestria escalando assim obstáculos, o que faz o jogo ficar bem parecido com Prince of Pérsia, além de rolar pelo chão e até atirar de costas. A munição de sua artilharia é ilimitada e volta e meia é possível adquirir explosivos como granadas e bombas teleguiadas cujo player pode ajustá-la onde desejar, a detonando com o toque de um botão. A consequência  em algumas vezes é desastrosa até para o próprio Kyle. Entre os itens especiais se encontra um levitador de visual belíssimo e poções de efeitos vitalizadores oferecidas por rebeldes prisioneiros escravizados na terra de Thalos, e falando nisso Kyle pode encontrar um monte deles acorrentados em cada parte, sendo possível até eliminá-los, mesmo quando os coitados fazem favor de auxiliá-lo em sua missão, mas aí você passa de herói para inescrupuloso, a nãos ser que seja do tipo pessimista que acredita que a morte é a melhor cura para o sofrimento. Mas nem todos os rebelados contra o domínio e tirania de Sarlac, o imperador do mal, são cordeirinhos indefesos. Alguns, como o próprio Kyle, saem de pistola em punho à caça de orcs armados, embora alguns humanos covardes traiam sua raça e unam forças ao império de Sarlac, mas não se eximem de encarar nosso protagonista badass. Em ritmo humano e realista esse Rambo Sci-Fi troca chumbo com os inimigos em um sistema de combate singular, ficando fora da reta distanciando-se para trás cada vez que uma saraivada de balas tenta atingi-lo, retomando sua posição na sua vez de contra atacar, aproveitando o espaço de tempo em que deixa de ser a caça para se tornar caçador. Mas alguns orcs não se deixam abater com poucas balas e a operação precisa ser repetida, e às vezes os minutos decorridos podem incomodar e atrapalhar pela afobação. Só avisando, os orcs costumam rir da sua cara quando conseguem atingi-lo, aproveite para faze-los engolir seu escárnio. Você vai encontrar também monstros que irão prová-lo que tamanho só serve para assustar, que usam chicotes em vez de armas de fogo, a maioria de visual caprichado, e Sarlac, embora não sendo o último chefe mais difícil do mundo, é um puta pé no saco. Tudo que é arma que você possa imaginar ele tem. Quem sabe agora, que os consoles tornarem-se emuladores e os passwords deram lugar aos eficientes saves, a experiência de detoná-lo de repente não parece mais tão trabalhosa. Só que não se pode atentar apenas aos inimigos quando tratamos de um jogo tão complicado. Os estágios, os perigos, os labirintos em que nosso herói se mete não é para se atravessar num piscar de olhos. Os belos cenários guardam mil e uma armadilhas, tem vezes que você simplesmente se perde numa fase a ponto de querer desistir, mas a experiência sensorial pela qual você é contagiado fazendo-o se sentir imerso em um filme distópico como um protagonista-chave para a salvação da humanidade não deixa. Algumas nuances o aproximam de Street Fighter 2010 para Nintendinho (lembra desse, retrogamer?), pena que lançado numa época em que os jogos de CD estavam em vias de se tornar a mídia definitiva, tornando-se assim um dos últimos lançamentos de S-Nes.















Simplesmente não consigo encontrar defeito neste jogo. As únicas coisas que não deixo passar em branco, a nível de curiosidade e não de crítica, é quando Kyle toma impulso para saltar sobre uma mina rastejante de médio porte quando poderia simplesmente passar por cima, o fato de não poder esmurrar seus inimigos, sendo por completo dependente de sua artilharia e a ausência de banhos de sangue que um game do gênero poderia permitir, mas no geral já é um jogo bastante violento, inclusive o cartucho teve uma ou outra coisa censurada, mas nada disso influencia a admiração que tenho por esse incrível jogo, por mais que a mitologia acerca de sua história se sustente por um único volume apenas. Talvez seja esse mesmo seu grande mérito.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Frozen - Crítica



Duas novas personagens chegam para engordar o império Disney Princesas, em um território onde pouco antes era dominado quase exclusivamente por personagens masculinos. A Pixar costumava segmentar seus produtos para o público de garotos até o surgimento de Enrolados (2011, Byron Howard e Nathan Greno) e Valente (2012, Mark Andrews e Brenda Chapman), onde as princesas outrora indefesas e à espera do príncipe encantado ganham novo fôlego para se tornarem figuras ativas e quase independentes. É mais ou menos assim que funciona com Anna, sujeita a protagonista da trama glacial Disney/ Pixar dirigida por Jennifer Lee, roteirista de Detona Ralph (2012), curiosamente a primeira mulher a dirigir uma animação Disney, juntamente com Chris Buck, diretor e roteirista de clássicos como Tarzan e Pocahontas, moça animada e desastrada que sofre com o ingrato distanciamento de Elsa, sua irmã mais velha, que mais tarde se tornaria a Rainha da Neve do reino de Arendelle, e afeita a encontrar seu príncipe encantado, nem que fosse o primeiro que aparecesse. Moldado aos gostos femininos, o filme é belíssimo visualmente e repleto de mensagens atuais, não cabendo mais a superficialidade dos filmes Disney de antigamente. Mas os tradicionais ingredientes que não podem jamais envelhecer estão ali presentes, o príncipe (que de príncipe não tem nada), dessa vez bem menos infalível, marca território para arrebatar o coração de Anna, o rústico morador das montanhas Kristoff, rapaz simpático que recolhe gelo e vende para a região, sempre acompanhado de sua mascote Sven, uma rena que ele consegue compreender muito bem, além de companheira de aventuras com quem sempre está disposto a dividir umas cenouras, os vilões, que mais uma vez quebrando paradigmas o longa mostra que nem tudo é o que parece ser, e tipos curiosos e divertidos como os trolls, amiguinhos de pedra conselheiros de Kristoff, que pouco se sabe de suas origens e sua consequente forte ligação com o personagem, o que pode tornar suas participações deficientes, mas nada que ofenda a integridade da narrativa de um bom filme infantil. Mais importante que Anna talvez seja mesmo Elsa, a responsável pela história que o filme tem a oferecer, já que por causa dela o reino de Arendelle se tornou um maciço território glacial, e nem por isso ela é pior que as bruxas malvadas ou as madrastas, pois tudo tem uma explicação mais simples do que pode parecer. Mesmo assim, ela é a responsável por inconvenientes e criaturas maléficas como seu guarda-costas Marshmallow, um boneco de neve colossal que dá muito trabalho para Anna e seus novos amigos, enquanto ela só queria trazer sua irmã de volta ao seu lado e ao reinado de sua terra natal, mas a maior obra de Elsa sem dúvida, ao menos para mim, foi o simpaticíssimo boneco de neve Olaf, candidato ao melhor alívio cômico do filme, e bem elaborado também, inclusive, por se tratar de um filme musical como um genuíno filme Disney, protagoniza sua própria canção, No Verão, quando o boneco que sempre gostou de abraços quentinhos fantasia encantado com o dia em que vivenciará seu primeiro verão, que compensa nossos ouvidos por ouvirmos ad nauseam a irritante Por Uma Vez na Eternidade. Para quem assistir ao filme esperando ver o bonequinho em ação deve estar preparado para enfrentar uma decepção, o autômato está longe de ser um dos principais, ao contrário do que o merchandising do filme poderia sugerir, e justamente essa é uma das principais reclamações do longa. Bom, talvez ele fosse se o filme, mais uma vez, fosse pensado no público masculino. Ainda assim acho que ele merecia mais espaço, pois rouba mais atenção do que as duas princesas principais, o comparo assim com os Minions da franquia Meu Malvado Favorito, quem sabe no próximo Frozen Olaf tenha uma participação maior.
Apesar de tudo, Frozen não tem aquele romance rasgado, fica até mesmo devendo o tão clichezado beijo que salvará a princesa de uma terrível danação. Há a substituição do velho pelo novo, pelo que é mais importante, e valoriza, além do amor entre namorados, o amor entre os entes queridos. Sem contar a lição que fica, não devemos confiar em quem pouco conhecemos e precisamos ouvir os mais velhos, embora princesas anteriores tenham feito fama fazendo o contrário, mas enfim, os tempos são outros.

É Hora de Viajar


Para abrir o longa nada melhor do que assistirmos um especial curta do Mickey e sua turma como bônus. É Hora de Viajar cumpre a missão de comemorar os 85 anos do camundongo mais famoso do mundo. Dirigido por Lauren MacMullan (olha outra mulher dirigindo animação Disney) combina a velha animação quadro a quadro, com os personagens ainda em seus primórdios em traços originais, com efeitos contemporâneos 3D, sendo que na versão original o espectador é agraciado com a voz do próprio Walt Disney. Apesar de bem curtinho, é de fazer emocionar qualquer fan do universo Disney.
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