sábado, 26 de maio de 2012

Minha ressaca de 25 de maio


Assim é que me sinto.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Zagor Tenay, o espírito da machadinha



Numa história em quadrinhos pode tudo. Aliás, se levássemos realidade, que já é tão chata em nossas vidas, para o mundo dos quadrinhos, eles não teriam graça nenhuma. E em se tratando de quadrinhos de heróis do velho oeste, Zagor, personagem criado pelos italianos Sergio Bonelli sob o pseudônimo de Guido Nolitta, e Gallieno Ferri, responsável pelos traços dos gibis, é o que mais tem elementos fantasiosos. Num cenário onde se predominavam gibis em preto e branco de personagens como o cowboy Tex Willer, da editora Globo, A História do Oeste, da Record, todas essas que meu irmão adorava, além de uma ou outra que não emplacou por aqui (alguém lembra de Bella e Bronco?), existia esse que contrariava os costumes do gênero implementando fantasia, ficção científica, monstros, guerreiros de origem distintas, zumbis, piratas, cossacos do Don, alienígenas e até robôs, ao contrário do western clássico, e eu, moleque doido por novidades que viessem a revolucionar em quesito geral, comecei a aprender a amar o personagem, que gerou entre outras coisas tentativas frustradas de gerar os meus póprios quadrinhos de heróis. O conheci quando meu irmão comprou dois números da revistas, uma delas tinha ele enfrentando um samurai na capa, lá pelo começo dos anos 90. Achei grosso para mim na época e levei anos para começar a ler (e demorei a terminar também). Mas quando eu terminei, percebi que se tinha um herói do gênero que me conquistava, era esse. Comecei a ir atrás de outras edições e consegui achar umas soltas numa finada banca de revistas antigas em Copacabana, e escolhi as que tinham a capa mais absurda possível, como o herói enfrentando um vampiro. Na época era uma publicação da Record e a qualidade era superior as demais do estilo, tinha muitas páginas, lombada quadrada, e algumas das capas eram plastificadas e sempre de material duro. Na primeira página, tal como as outras coleções do gênero, apresentava o título num quadrinho grande e os personagens da série aos lados completando a página, cada um deles fazendo uma pose. Não tardou para que eu começasse a comprar todo mês e a ler do início ao fim num curto período de tempo, logo foi um dos quadrinhos que mais contribuiu para desenvolver meu hábito da leitura.




O herói 

Zagor Tenay (o espírito da machadinha), nome indígena que seus amigos da floresta de Darkwood, onde vive, lhe deram, era diferente já a partir de sua vestimenta. Não usava roupa característica de cowboy, não usava chapéu e nem armas de fogo. Suas roupas a despeito das cores comuns dos uniformes dos homens do faroeste seriam consideradas berrante, camisa vermelha com um símbolo à la super herói no peito, um imenso círculo amarelo com uma águia no meio, e lutava sempre com uma machadinha de pedra que parecia bem mais eficaz que uma pistola, e sua arma aliada à sua bravura, amizade e força o tornaram uma lenda local. Era só as coisas apertarem para ele desferir seu grito de guerra Aahyaakkk para os vilões, que conheciam sua fama, morrerem de medo. O herói estava sempre em companhia de seu fiel escudeiro, o mexicano baixinho e barrigudo Don Chico Felipe Cayetano Lopez y Martinez y Gonzales, mais conhecido como Chico (ainda bem), sempre faminto e que vivia se metendo em confusão, algumas até sobravam para Zagor que volta e meia tinha que tirar o amigo de apuros, mas um não vivia sem a companhia do outro. Zagor também tinha a companhia de seu irmão Tonka, da tribo Mohawk, que aparecia na série esporádicamente. O personagem foi criado em 61 e des de então tem suas histórias publicadas em diversos países, em várias editoras, incluindo aí a Vecchi no Brasil, mas o ´´meu`` Zagor mesmo era só o da Record. Acompanhei até onde a revista começou a atrasar sua publicação e meu interesse foi diminuindo. Um elemento interessante de Zagor é que a maioria dos personagens que aparecem e o envolve numa missão qualquer são traidores, até os menos prováveis. Por exemplo, aparece um maluco com uma proposta ou um pedido de ajuda, e quando Zagor cai na isca aparece outro para alertar que é uma armadilha, para um tempo depois ser revelado ao leitor que esse segundo personagem que apareceu para oferecer ajudar ou alertar também é um traidor. Até personagens que nunca imaginaríamos acabam perdendo a máscara, só que em se tratando de Zagor a gente não se indigna, é tomado pela surpresa e acaba sem fôlego, ou mesmo tomado pelo bom humor. Afinal, Zagor é Zagor, um herói interessantissimo, ninguém pode discutir. Pode até ter outros heróis memoráveis dos quadrinhos de bang bang, como Ken Parker, por exemplo, mas Zagor não fica atrás com seu estilo inovador. O único problema dele que me intrigava des de moleque é o fato de ser forever alone, mesmo com um monte de garotas afim. Parece que a sina de herói é mesmo a solidão.


Chico é o cara

Zagor não podia ter um companheiro de aventuras melhor que o Chico. É ele o responsável pelo alívio cômico e um personagem fundamental para o andamento das historias, seu comportamento desastrado muitas vezes é o fio condutor da narrativa. Ele é o protagonista de várias edições especiais da revista, como Chico Xerife, Chico Astronauta, Chico Cozinheiro, sempre o personagem com um título diferente e envolvido em peripécias. Embora pareça que não há mais edições especiais com o personagem, a revista Zagor continua sendo publicada pela editora Mythos, claro que com papel em qualidade inferior e com bem menos páginas, que já tinha mudado há muito tempo, e que bacana é quando a gente encontra um gibi solto que não integre uma edição completa dividida em partes, para matarmos a saudade e acompnharmos nem que seja uma única aventura.



Filmes do herói

Zagor tem a popularidade alta na Turquia. Na década de 70 foi produzido por lá três filmes com o personagem, Zagor, Zagor Contra o Abutre e Zagor: O Tesouro do Capitão Negro, dirigidos por Mehmet Aslan e Nisan Hanceryan. Zagor foi interpretado por um ator chamado Levent Cakir. Só que os filmes não tiveram autorização de Sérgio Bonelli, talvez nem mesmo seu conhecimento, portanto são considerados filmes piratas.

Aqui vai um deles que encontrei no Youtube. Tá todo em turco e sem legenda, mas é interessante dar uma manjada nessa produção ´´bolywoodiana`` da Turquia.


Menino Maluquinho e Junim da vida real

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