segunda-feira, 13 de junho de 2011

Velozes e Furiosos - Operação Rio



Matéria minha publicada na revista Mais Mulher de Votuporanga - SP























O cinema lá fora parece ter tomado gosto pela nossa cidade maravilhosa. Nos últimos anos já foi rodado por aqui produções como Hulk, Os Mercenários, Amanhecer (saga Crepúsculo) e Velozes e Furiosos, sem esquecer a belíssima animação Rio, que tem como cenário principal o Rio de Janeiro. Ao lado de Porto Alegre e do sempre emergente estado de São Paulo, o Rio é um dos maios pólos industriais de produções cinematográficas nacionais, e isso vem atraindo atenção de Hollywood, que, enxergando mais que uma terra onde ´´se pode explodir coisas à vontade que ainda batemos palma e distribuímos macacos de presente``, são atraídos pela beleza da cidade somada à belezas naturais, além de, é claro, poder explorar os contrastes sociais, como uma vista bonita mesclada à pobreza das favelas e a violência local. E é essa terra tropical o cenário do último Velozes e Furiosos (dirigido por Justin Lin, de Velozes e Furiosos – Desafio em Tóquio), depois de já terem passado pelo México, República Dominicana e Japão. Apesar disso, o filme não traz nenhuma novidade, mudando assim apenas a paisagem. Continua um filme pipoca onde as melhores cenas são as dês de sempre perseguições de carro, tiros, explosões, personagens bombados bons de briga e carismáticos, e lindas mulheres, afinal, num filme repleto de testosterona e modelos de carro que fazem os homens babar, não pode faltar belas mulheres armadas.


Numa história já batida, o personagem de Vin Diesel, Dominic Toretto, é resgatado por Brian O` Conner (Paul Walker) e sua irmã Mia (Jordana Brewster) e se envolvem em um esquema de roubo de carro em um trem e acabam descobrindo um chip contendo os trambiques do ´´Chefão do crime do Rio de Janeiro``, Hernan Reis, que domina o crime organizado, a favela, e a população com uma regra bem simples: ´´ Há 510 ano atrás o Brasil era invadido por portugueses e espanhóis. Os espanhóis chegaram atirando e acabaram mortos e expulsos. Já os portugueses tiveram atitudes amigáveis, distribuíram presentes para os índios e assim colonizaram aquele povo.`` Era essa a explicação que o criminoso tinha em preferir comprar a população do que dominá-las à força. Hernan Reis é interpretado pelo ator português Joaquim de Almeida, e todo diálogo feito em nossa língua é dublado, dando um ar de seção da tarde ao filme. Por mais que passem um certo tempo em nosso país, a ponto de se misturarem com arruaceiros que fazem pega, o único personagem que parece entender nossa língua é Mia, que troca uma ou outra palavra com uma mulher no início do filme.

Em busca de um bom esconderijo para seu dinheiro, Reis opta por deixá-lo no Batalhão da Polícia Militar (!) e um dos policiais chega a mandar a pérola: ´´Aqui nem Deus coloca a mão no seu dinheiro.``, numa influência do já tradicional olhar ferino dos gringos à nossa terra. Mas para a super equipe formada por Dominic Toretto nada é impossível, e o que se vê a seguir é uma verdadeira sucessão de absurdos que transformam tudo num filme das Panteras. Para quem gosta de um bom filme de ação e pouco cérebro, este último Velozes e Furiosos diverte bastante. Como cenas memoráveis podemos destacar a abordagem aparentemente infalível do policial durão Luke Hobbs (Dwayne Johnson) e sua parceira Elena Neves (Elsa Pataky). Indignado em ver o pouco caso de Toretto e Brian, Hobbs dizia que eles estavam errados em achar que tinham opção, eis que Toretto responde: ´´Você também, por achar que está nos EUA. Aqui é o Brasil`` e toda aquela multidão de arruaceiros na qual se misturavam apontava armas para a dupla policial os forçando a se retirar, e o curiosamente único close de nádegas femininas em se tratando de um filme passado no Rio de janeiro, mesmo que usando um daqueles biquínis grandes que não estamos acostumados, na sequência em que a personagem Mônica Fuentes (Eva Mendes) tenta ´´seduzir`` Reis para pegar sua impressão digital. Consideraremos também o uso de músicas tipicamente nacionais que foram lembradas, como bossa nova, Marcelo D2 (já constante em produções estrangeiras) e a grande pérola Popozuda, fazendo trilha de uma cena de racha. Combina, vai.

Mia está grávida de Brian, e por Isto, mais que nunca o casal precisa da grana que vão dividir entre a equipe assim que puserem as mãos no cofre de Reis. Toretto também consegue se arranjar e termina com a policial Elena Neves. Hobbs, após tentativas infrutíferas de pôr a mão no trio protagonista, acaba se unindo a eles contra uma ameaça em comum, o domínio de Hernan Reis.  Esqueça qualquer verossimilhança com a realidade e fique só nas ações eletrizantes dos personagens, que o filme vai sim ser interessante. Quem não deve ter achado um barato ver os Velozes correndo pela ponte Rio-Niterói com um cofre nos calcanhares e uma procissão de veículos atrás sem conseguir detê-los? Mais ainda, eles fazem uma ´´mágica`` no final e conseguem ludibriar Hobbs, que na verdade não se importou. A equipe formada por Toretto conta com personagens que tornam o filme ainda mais divertido, como Roman Pearce (Tyrese Gibson) e Han (Sung Kang), e é hilário ver os personagens masculinos toda hora disputarem racha entre si, como jovens irresponsáveis.


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